Quando pensamos em empreender no direito, impossível não fazer referência à estratégia proposta no livro “A Estratégia do Oceano Azul”, de Renée Mauborgne e W. Chan Kim.
A abordagem do Oceano Azul incentiva a criação de mercados inexplorados longe da concorrência acirrada. E, claro, pode ser um guia valioso para advogados que buscam empreender e inovar.
A incorporação de inteligência artificial e a análise de dados no direito tornam essa oportunidade ainda mais evidente. Advogados e profissionais de compliance podem usar essas tecnologias para oferecer insights mais profundos e precisos, tanto na prevenção quanto na resolução de litígios.
O uso de análise preditiva é só um dos exemplos de como a inteligência artificial ajuda a identificar padrões a partir de casos anteriores e prever resultados futuros. Isso permite uma abordagem cada vez mais estratégica no manejo dos casos.
A automação de tarefas rotineiras, como a revisão de documentos, também libera tempo valioso para os advogados se concentrarem em aspectos mais complexos e personalizados do serviço jurídico, aumentando a eficiência e a satisfação do cliente.
Aplicando a estratégia
Aplicar a Estratégia do Oceano Azul ao direito significa, então, ir além das práticas tradicionais, buscando nichos inexplorados ou criando novas formas de oferecer os mesmos serviços jurídicos.
Isso pode envolver desde a especialização em áreas emergentes até a adoção de tecnologias como as que tratamos – e muitas outras – para oferecer soluções mais eficientes e personalizadas aos clientes.
O profissional de compliance pode desenvolver sistemas de gestão de conformidade que não apenas atendam às exigências legais, mas também promovam a eficiência operacional e a sustentabilidade dos negócios. A inovação, neste caso, vem da habilidade de antecipar riscos e criar soluções que alavanquem a conformidade como um ativo estratégico, e não apenas como uma obrigação legal.
Criando valor
Outro aspecto crucial nessa intersecção está em criar valor por meio de novos modelos de negócios
Isso pode envolver estruturas de precificação inovadoras, como a cobrança baseada em valor em vez de horas trabalhadas, o que alinha mais estreitamente os interesses do advogado com os resultados desejados pelo cliente.
Além disso, advogados podem buscar colaborações interdisciplinares, integrando conhecimentos de outras áreas, como comunicação, economia, psicologia e tecnologia, para oferecer soluções jurídicas mais completas.
Uma abordagem multidisciplinar não só diferencia os serviços jurídicos em um mercado saturado, mas também abre novas avenidas para a resolução criativa de problemas e o desenvolvimento de estratégias jurídicas mais eficazes e inovadoras.
Lidando com a concorrência
Tudo isso só faz sentido ao se levar em conta a importância de não competir diretamente, mas de tornar a concorrência irrelevante. Para um advogado, isso implica repensar como seus serviços agregando um valor distintivo.
Mudar pode ser uma oportunidade ímpar para quem visa não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.